mercredi, janvier 10, 2007

flexível.


só pode ser conjugada na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, aonde o tempo é o agora, aonde o passado não interessa, e o futuro não vem em conta.

tão singular que igual a esta é impossivel de encontrar em gramática alguma da vida.ANINHAR, é assim explicado no dicionario: v.t. Pôr no ninho. / V.i. nidificar / V.pr. recolher-se ao ninho. / Fig. esconder-se / Fam. Fig. Recolher-se à cama; mas a vida me explica o oposto, nunca recolher-se, quando o faz, é só para se preparar para voar denovo.

dentro das regras pode-se fazer algumas coisas, mas em suas excessões as possibilidades com a palavra são infinitas - daí a preferencia pelo 'fora da lei'.
as diferenças a agradam, o proibido a atrai, o errado pode ser certo, o que se entende como loucura, é apenas normal.

analisada sintaticamente, tudo depende do contexto. Já se fez sujeito (simples, composta, indeterminada, oculta - jamais inexistente), predicado, verbo (de ligação ou não), adjunto, complemento, locução, conjunção, preposição.

Ana é ilimitada e perecível ao tempo.

Na sua morfologia constante (e COMO se transforma!), nada é radical. existem milhares de desinências, prefixos e sufixos que ja se uniram a ela, na mais doida aglutinação. no fim, é sempre a mesma Ana.

sem passar a borracha em nada, liqui paper ou coisas parecidas, as linhas do caderno da vida não acabam nunca. capítulo após capítulo, daquelas páginas viradas vorazmente, de todos os rabiscos, tudo o que foi escrito é parte da história. Só que na minha, sou eu quem invento. sou autora, escritora, protagonista, coadjuvante, diretora, editora, leitora - e a maior crítica. Já tiveram nela muitos personagens de núcleos diferentes, alguns pares românticos, mocinhas, bandidos, vilões, e até trilha sonora. e as linhas nunca acabam. e o lápis nunca pára de escrever.

"A vida é bem maior do que as regras gramaticais da nossa língua portuguesa. A vida é bem maior que nós, com todas as nossas tentativas de entendimento, com toda a nossa agressividade cotidiana, com toda a nossa alegria febril, com todas as nossas tempestades e todos os nossos copos d’ água. A vida é bem maior que nós, com todo a nossa fúria de ocasião, com todo o nosso desespero momentâneo, com toda a nossa solidão etérea, com toda a nossa capacidade ou incapacidade de estender a mão".

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