dimanche, janvier 14, 2007

felissimplicidade

ouvir musica boa de manhã, mesmo que eu tenha acordado cedo e de mau humor, me deixa feliz. um dia de sol, mesmo que eu não vá à praia, me deixa feliz.um dia de chuva, até mesmo de temporal, me deixa feliz.sair pra dançar, mesmo que eu fique de cara a noite toda, me deixa feliz.inventar apelidos, falar babaquice, fazer palhaçada, mesmo que as vezes eu pareça ridicula, me deixa feliz. passar uma tarde inteira com os amigos, mesmo se a gente não fizer nada, me deixa feliz. chegar em casa segura depois de um dia cansativo, ver meus pais e meu irmão, mesmo que viva brigando com eles, me deixa feliz.deitar na minha cama e ficar olhando pra janela, mesmo que eu não durma direito, me deixa feliz. morreeeer de rir, mesmo que seja atoa, me deixa feliz.ver que as pessoas ao meu redor estão bem, me deixa feliz. poder ajudar alguem, mesmo que eu apenas aconselhe ou de um colo, mesmo que a esmola não seja grande, me deixa feliz. saber que ainda existem pessoas boas no mundo, mesmo o mundo estando do jeito que está, me deixa feliz. detalhezinhos, como um olhar e um sorriso, pequenos gestos, por menores que sejam, me deixam feliz. aprendi com a vida a diminuir o passo apressado quando passar por um jardim e a nunca deixar de sorrir para o porteiro. porque tem coisas para as quais a gente estipula preço, mas a felicidade simples não tem preço se soubermos dar valor.

samedi, janvier 13, 2007

Se eu fizesse biologia

farmácia, engenharia química, ou coisas do gênero, eu inventava a vacina contra cachorro, nunca pensei numa solução melhor.
eu até poderia ficar rica, toda mulher iria querer comprar, e olha que no mundo tem muuuita mulher.. pena que eu nao faço biologia. nem farmácia, engenharia química, nem coisas do gênero. (mas vai dizer que não é uma boa idéia, hein?)

esse tipo de cachorro que eu to falando é pior que pit bull, e é uma praga: se prolifera rápido rápido. chega de mansinho, com cara de filhotinho abandonado, e quando menos se espera ele já tomou conta de você, abusa sem pena, tira seu dinheiro, sua paciencia, suas noites de sono. depois de te deixar de quatro, ele corre pra abanar o rabinho pra outra. pobre da outra. pobre de você. pobrezinha de quem vira presa fácil desse animal.

e mesmo quando voce reconhece um de longe, antes dele atacar, já não da mais pra fugir, por mais que voce tente. voce sempre sabe "esse daí não presta, é um cachorro", mas deixa de se envolver? nããão.. ai depois a culpa, tadinha, é sua. aí passa dias e dias se martirizando "por que que logo EU (bonita, inteligente, simpatica, legal, querendo um homem, não um molequinho, cabeça feita, e outros predicados) fui cair nessa?".

é, amor, a culpa é sua mesmo. mas relaxe, isso é normal.

quer outra noticia ruim? aposto que não foi só você. esses daí deixam uma legião de fãs apaixonadas que quase compete, em número, com a torcida do flamengo. hoje em dia é mais fácil dar de cara com um desses em cada esquina do que pegar uma nota de 50 reais na mão (pelo menos pra mim, pobretona desempregada, é!).

não faz muito tempo, encontrei um na boate. nem era Ó, NOSSA, LINDO, MARAVILHOSO, mas tinha o charme, e aquilo que a gente não consegue explicar que tem, mas sabemos que ele tem. simpático, tímido, charmoso, um sorrisinho que, ai, não dá pra explicar. o tipico cachorro. hora parecia estar sossegado no canto, hora sumia (pra pegar mulher, oras!). cada hora com uma. e eu JÁ sabia disso de longe.. agora, pergunta pra anta aqui se ela conseguiu escapar? não, obrigada, eu sou uma pecadora. meia hora depois tava lá, ele atacando outra. e mais meia hora depois, outra outra novamente.

sabe qual é o pior de tudo? eu gostei dele.

a gente sempre sabe quem deve procurar pra ter um relacionamento sério, namorar, casar, ter filhos, e ver faustão ao lado dele pro resto da vida, e sabe de cór que esse, definitivamente, NÃO é o certo alguem (mas quem disse aqui que EU quero isso?).

esses vira-latas de quinta categoria são tudo de ruim, e ganham tantos apelidos que o coitadinho não deve nem ter mais orelha, de tao quente e vermelha que ela as vezes deve ficar. mas são justamente esses que a gente tem predisposição pra se apaixonar.

e quer saber, não que eu queira defende-los, mas no fundo agradecemos àquele copo de cerveja ou àquele empurrãozinho a mais que fez o tal au-au entrar na sua vida. os cachorros solteirões, por mais que peguem 73897892 meninas inocentes na noitada, são aqueles carentes solitários, que sentem falta de uma namorada, ou de uma companheira, que seja, numa tarde de domingo chuvoso, pra ir no cinema, ou ficar fazendo nada juntinho dele. mesmo os cachorros já encoleirados (que são os da pior qualidade), os que são um caso sério, e dão outro texto gigantesco como esse - não quero entrar em detalhes nesse tipo -, até eles não foram atoa. voce sofre sofre sofre na pata desses desgraçados, mas está radiantemente satisfeita por saber que seu coração ainda tem a capacidade de bater mais forte, mesmo depois de tudo que já passou, mesmo todo machucado, voce ainda pode se apaixonar (e, por que não, amar?). graças ao cachorro (e ao destino), a vida não parou. pelo contrario, a fila anda num ritimo razoavelmente bom se voce se permitir (óbvio, certo de dentros limites. não vá achar que eu acho legal sair beijando cada pessoa que olhar e sorrir pra voce, não é isso).

e nada (nadinha mesmo) te impede de viver uma grande história com o totó. quem sabe, depois, o bicho não amansa? aí voce leva ao veterinario, vacina, da banho e uma tosa caprichada, e pode leva-lo pra casa, sem medo. e ainda poderá por o apelidinho que voce quiser no seu canino. coleira com identificação e tudo mais.

é só não ter medo do cão. ele também não é um bicho-de-7-cabeças (como nós somos).

eu, particularmente, entre cães e gatos, eu prefiro a segunda espécie. cão deve ser o melhor amigo do homem sim, mas com certeza, não é o da mulher. e ainda chamam o coitadinho do gato de traiçoeiro.

é, acho que devo largar letras e relações internacionais e tentar biologia (farmácia, engenharia química, ou coisas do gênero).

mercredi, janvier 10, 2007

flexível.


só pode ser conjugada na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, aonde o tempo é o agora, aonde o passado não interessa, e o futuro não vem em conta.

tão singular que igual a esta é impossivel de encontrar em gramática alguma da vida.ANINHAR, é assim explicado no dicionario: v.t. Pôr no ninho. / V.i. nidificar / V.pr. recolher-se ao ninho. / Fig. esconder-se / Fam. Fig. Recolher-se à cama; mas a vida me explica o oposto, nunca recolher-se, quando o faz, é só para se preparar para voar denovo.

dentro das regras pode-se fazer algumas coisas, mas em suas excessões as possibilidades com a palavra são infinitas - daí a preferencia pelo 'fora da lei'.
as diferenças a agradam, o proibido a atrai, o errado pode ser certo, o que se entende como loucura, é apenas normal.

analisada sintaticamente, tudo depende do contexto. Já se fez sujeito (simples, composta, indeterminada, oculta - jamais inexistente), predicado, verbo (de ligação ou não), adjunto, complemento, locução, conjunção, preposição.

Ana é ilimitada e perecível ao tempo.

Na sua morfologia constante (e COMO se transforma!), nada é radical. existem milhares de desinências, prefixos e sufixos que ja se uniram a ela, na mais doida aglutinação. no fim, é sempre a mesma Ana.

sem passar a borracha em nada, liqui paper ou coisas parecidas, as linhas do caderno da vida não acabam nunca. capítulo após capítulo, daquelas páginas viradas vorazmente, de todos os rabiscos, tudo o que foi escrito é parte da história. Só que na minha, sou eu quem invento. sou autora, escritora, protagonista, coadjuvante, diretora, editora, leitora - e a maior crítica. Já tiveram nela muitos personagens de núcleos diferentes, alguns pares românticos, mocinhas, bandidos, vilões, e até trilha sonora. e as linhas nunca acabam. e o lápis nunca pára de escrever.

"A vida é bem maior do que as regras gramaticais da nossa língua portuguesa. A vida é bem maior que nós, com todas as nossas tentativas de entendimento, com toda a nossa agressividade cotidiana, com toda a nossa alegria febril, com todas as nossas tempestades e todos os nossos copos d’ água. A vida é bem maior que nós, com todo a nossa fúria de ocasião, com todo o nosso desespero momentâneo, com toda a nossa solidão etérea, com toda a nossa capacidade ou incapacidade de estender a mão".

mardi, janvier 09, 2007

À FAVOR DAS RAVES E DE UMA MÍDIA DECENTE

Foi no ultimo domingo, à tarde, num dia de sol e de chuva, que mais de 100 mil pessoas das mais diferentes classes/ nacionalidades/ tribos se encontraram em um só lugar.

Nessa tarde, um palco enorme chamou a atenção de todos que passavam por Ipanema, e uma musica que parecia entrar no corpo, deixou muita gente inquieta. Não era festival de mpb, reggae, funk, samba, pagode, jazz ou musica clássica. Era uma festa cujo estilo musical que toca não agrada a muita gente que não entende nada sobre. Era uma festa que gera aversão em muita gente preconceituosa e mal informada. Enfim, gosto não se discute, não é verdade?

Mas o fato é que esse evento recebeu o olhar curioso de milhares de pessoas, que talvez ainda nem conhecesse do que se trata a festa, ou daquelas veteranas, de não perder nenhuma. Tinha gente de todas as idades, de todos os estilos. E posso apostar que a grande maioria desses olhares curiosos ficou encantado com a festa, nem que estivesse só de passagem.

Mesmo com toda a imagem negativa que é transmitida a respeito das raves, há muito mais prós do que contra nesses eventos, e se eu estiver mentindo, procure me convencer dos motivos que levam sempre muitos milhares de pessoas a freqüentarem essas festas.

A primeira imagem a qual grande parte (conservadora, mal informada e preconceituosa, repito) da sociedade associa as raves é a de um lugar com diversos adolescentes sem nada na cabeça se drogando, pulando durante 12 horas, ouvindo uma mesma musica repetitivamente.

A coisa não é bem por ai.

É óbvio que não podemos negar que rolam sim drogas ilícitas claramente na festa, mas jamais podemos generalizar dizendo que "na rave só tem drogado". Isso é uma grande mentira. Quem fuma maconha fuma em rave, na micareta, no baile funk, no reggae, no forró, no pagode, ou no show de rock. Fuma aonde quiser. Isso varia muito com a cabeça de cada um. Por favor, né, a festa é para maiores de 18 anos, pessoas teoricamente capazes de decidir o que é bom e o que é ruim para a própria vida, fazem mal a si mesmo, e não ao seu próximo. Isso depende do tamanho do juízo, da responsabilidade, e da consciência da pessoa (lembrando que ninguém aqui é a favor das drogas, só que as coisas devem ser vistas por outro ponto de observação).

Outra característica da rave é que, assim como a sociedade capitalista, é uma festa muito subjetiva, mas que, ao contrario da sociedade, consegue ser solidária ao mesmo tempo. Ninguém dança para fazer mal ao outro, machucar o outro, muito menos para aparecer, a pessoa simplesmente fecha os olhos, coloca os seus problemas no lado de fora do recinto, e dança até não poder mais.

Lá, ninguém tenta ser maior, melhor ou mais bonito que ninguém, pelo contrário, a beleza está na diferença, na tolerância com o estranho, na capacidade de dar a mão, levantar o outro chamando para dançar. Cada um por si, mas ninguém está sozinho.

Lá é o momento que você tem para esquecer da vida, do cotidiano, deixar a cabeça vazia, para a
musica poder entrar - e ninguém precisa se drogar para sentir isso, basta ter a cabeça aberta. O nome disso é alegria. A felicidade que te dá ao saber que todos que estão ao seu redor estão felizes também, é muito gratificante. A rave faz bem para o corpo e para a alma.

Briga, abusos, falta de respeito, nada disso... Não digo que não há, mas quase não acontece (e isso, os números de ontem em Ipanema comprovaram, a boa imagem que essa festa causou)! As pessoas lá buscam uma coisa só, que por incrível que pareça, quem traz é o barulho ensurdecedor do trance: essa coisa é a paz.

Paz é uma palavra muito pregada em campanha dentro da rave. E tanta gente encontra essa paz, que volta na próxima. E chama os amigos. E leva os filhos.

Chato é ver hoje nas páginas de jornais ou em noticiário na televisão que uma rave em pleno domingo no meio de Ipanema, com mais de 100 mil pessoas, foi ignorada. Mas se algo de ruim tivesse acontecido, seria capa do o globo, com toda a certeza.

Uma rave maravilhosa, com o melhor dj do mundo, de graça, com pessoas de bem, de paz, numa praia esplendorosa, para a mídia, simplesmente não aconteceu, ou foi qualquer coisa digna de uma notinha em canto de página de jornal, com no máximo cinco linhas.

Enquanto isso, uma ravezinha medíocre em Niterói ocupou a capa e noticia destaque em jornais durante quase uma semana. "Prenderam x adolescentes com drogas". "Houve x brigas". "Encontraram zilhões de irregularidades". No popular, era como se dissessem: "pais responsáveis, não deixem seus filhos irem nessas festas do demônio, que só dá merda!”.

Não sei se os grandes da mídia têm noção do quanto essas noticias repercutem na vida da população. Instigam os filhos a mentirem, os pais a ficarem preocupados, estimulam o preconceito, e a pessoas que gostam de 'viver perigosamente' a irem cada vez mais, e fazerem cada vez mais coisas que derem na telha, além da cara feia de toda a sociedade ao saber "puxa, logo você??? Uma menina tão certinha, indo nessas festas raves???? Quanta decepção!!!"

poxa, mídia, isso é preconceito, sabia?

Ha alguns anos atrás, faziam isso com o pobre do baile funk. As noticias cada vez mais freqüentes sobre prisões, drogas e mortes gerou na sociedade um quadro de que "baile funk só tem bandido", imagem que de repente saiu de moda, e foi desfeita pela própria mídia, colocando o assunto em novelas, fazendo documentários, artistas subindo morro e freqüentando os bailes, além de filmes, e diversas outras coisas aqui que eu poderia citar. Hoje em dia qualquer funkeiro é popstar.

Bandido, talvez tenha um dentro do seu trabalho. Drogados há em qualquer lugar, sendo de drogas ilícitas ou não, mas com certeza no seu bairro, talvez até no seu ciclo de amizades tenha um. Mas isso só é ressaltado quando lhe é conveniente, quando dá noticia, ibope. Parece que não seria interessante pintar um belo quadro da festa rave, logo, vamos pixá-la? É assim?

Desculpe, hipocrisia demais pro meu gosto. Não só pro meu, mas também de inúmeros jovens que a cada noticia sobre rave que passa, ficam mais perplexos. Ou a cada noticia que não passa.

Duas dicas aos queridos amigos jornalistas (sensacionalistas): freqüentem a festa rave, observem bem e com sensibilidade o clima da festa, e depois me contem como foi.
A outra?
Gosto, definitivamente, não se discute - nem se transforma em matéria de jornal.

Texto escrito por uma garota que não é nenhuma viciada em drogas, fora da lei, ou filhinha de papai, e sim uma estudante comum, que não tem nenhuma vidinha boa, tolerante e de cabeça aberta, como grande parte dos jovens do Brasil, e que fica triste todo dia de manhã ao abrir o jornal.

Liberdade de expressão E ACESSO A INFORMAÇÃO é um direito de todos.

lundi, janvier 08, 2007

aonde é

que se esconde o botão de "stop" ou "pause" na minha cabeça?

já pensou em um dia sem pensar?
parar de pensar é a solução, mil vezes melhor que parar para pensar.
pois quando eu pensava menos, o mundo em mim doia menos, eu tinha menos receios, mais coragem, eu acho que eu era mais eu.

hoje em dia eu penso até em parar de pensar.
é, ando pensando demais..
melhor parar de pensar nisso.

VAI SER IGUAL ASSIM LÁ NA CHINA!!!

Ou em Santa Catarina, como preferir.

"tenho esperado menos sorrisos do que antes. tenho criado menos expectativas
nas pessoas. pela primeira vez em dezoito anos de existência, tenho sido mais
cabeça do que coração.
cansei de buscar nas pessoas o que está sobrando em
mim. pela primeira vez na minha vida eu não preciso desesperadamente de uma boca
nova a cada noite. não preciso de suor, língua, sexo. não é que não preciso, não
quero.
tenho poupado o árduo trabalho de conhecer, tentar entender, passar
horas na conversa mole e planejado uma vida com alguém que está na minha frente.
as pessoas congelaram e isso parece egoísta. parece egoísta precisar mais de mim
mesma do que do mundo. é uma fase própria. pertence só a mim. é um hiato calado
que só eu sei sobre. sou eu e o silêncio.
não que o mundo esteja apático ou
que as pessoas estejam menos interessantes. mas a minha sede de ter tudo e
conhecer tudo está passando. embora eu ainda queira tudo – muito. mas agora eu
preciso de mim. preciso estar comigo pra depois pensar em alguém".

"(..) complico demais as coisas. relacionar ainda é um verbo difícil pra mim
e eu preciso parar. o meu coração só diz isso. pára um pouco. deixa um pouco.
vive um pouco. vive por você. eu vivo".

(texto de Aline(ana) Leal, que, ao se descrever, descreve a mim tambem. como pode?)

ela é o meu espelho. ;~ (só que numa versão bastante melhorada! ahuiehoiuahioueh)