mercredi, novembre 14, 2007

"Sucesso com seus textos (se vc quiser isso)".

Tem um tempinho, recebi um comentário (da Danizinha) em um dos meus textos ("A Cara do Estado"). Eu adorei o comentário, tá descontraído, engraçado, me elogia (olha eu.. modéstia ZERO!), mas teve uma frase que me chamou muito a atenção: "Sucesso com seus textos (se vc quiser isso)".

Adoro quando comentam aqui no meu blog. Admito que morro de vergonha que leiam alguma coisa que eu escrevi (textículos inúteis como estes, trabalhos de faculdade, recadinhos, ou até numeros de telefones), ainda mais quando leem na minha frente, mas acho ótimo quando me dão a opinião pessoal, o ponto de vista, o elogio, a crítica, whatever. Ainda assim, morro de vergonha.

O mesmo acontece com meus docinhos. Me amarro em faze-los, os acho deliciosos, mas, por favor, não os comam na minha frente!!! Para me deixar constrangida, basta fazer isso! Qualquer psicólogo que se preze diria que isso é reflexo do medo que tenho da reprovação, e que sou louca. Eu diria que "é que eu fico sem jeito", só isso (E, talvez sim, eu seja louca). Depois de comer por trás, óbvio, fico muito feliz quando os elogiam (e compram mais um, claro!). E uma vez me disseram: "Você tem uma mão boa pra doces, hein, já pode até abrir uma confeitaria, se você quiser, que você vai fazer fortuna com eles".

Fazer fortuna tudo bem, esta é minha intenção, né, se não nem venderia doces na faculdade, que é uma pagação de mico do caralho. Mas nunca tinha pensado em seguir carreira com isso. Nem com os textos.

Sem querer diminuir os escritores ou os vendedores de doce, de maneira alguma. Ambos são mega necessários na vida de todo mundo (que saiba ler e que goste de doces), mas nunca foi o que eu quis pra mim, por falta de talento e dinheiro.

Aí lembrei de um trechinho da Rita Apoena (que até já postei aqui uma vez): "só escrevo porque escrever é o que eu sei fazer de melhor. (E olha que a minha maior paixão sempre foi a dança)". E é a mais pura verdade. Não que seja a coisa que "eu sei fazer de melhor", até porque, não sei o que eu sei fazer de melhor (na minha opinião, fazer nada é o que eu sei fazer de melhor, faço nada muito bem), mas nunca foi um objetivo. Escrevo porque gosto. Faço doces porque gosto também, e só os vendo porque sou uma desempregada quase falida. Se não os distribuiria de graça.

Na vida, o que não me faltou foi resposta para "O que você quer ser quando crescer?". Já quis um pouquinho de tudo! Quando eu era criança, eu também queria ser dançarina (de "cabaret", porque achava o nome lindo, e não sabia o que era), mas não levava o menor jeito pra coisa. Depois quis ser super-heroína, astrônoma, fotógrafa, artista de circo, apresentadora de tv, jogadora de baskete, bióloga marinha, detetive, caminhoneira, contadora de história pra crianças, integrante de banda, professora de história, fazendeira, professora de língua estrangeira, designer, jornalista, artista plástica e rica. Não nasci pra fazer nada disso.

Depois, eu ví que paixão não tem, obrigatoriamente, que ter a ver com talento. Com o trabalho de uma é que vem a outra. Amar o que faz x Fazer o que ama (se sustentando assim): são coisas bem diferentes. Bom é quando as duas se casam, aí você chega ao sucesso. Objetivo, talento e paixão juntos, seria perfeito. Meu objetivo é ser diplomata. Meu talento é o ócio. Minha paixão não é uma, são muitas, e escrever está, com certeza, entre as Top 10.

Escrever é teriapia, escrever é passatempo, escrever é treinamento de olhar, de atenção, de observação, é formação de opinião, é cultura, escrever é arte, escrever é exercício físico e mental, escrever é vício, escrever é tudo, menos um trabalho: escrever pra mim é prazer. Me deixa registrada, imortaliza minhas idéias. Me torna parte.

"Quando eu digo que a minha vida é escrever, é isso mesmo. Mas poderia ser varrer as ruas. Eu só escrevo porque escrever é o que eu sei fazer de melhor. (E olha que a minha maior paixão sempre foi a dança). Mas se fosse varrer as ruas, seria varrer as ruas, oras... E seria tão bonito quanto! Porque eu não quero (juro!) ser melhor do que a maioria. Eu quero oferecer o melhor de mim para o mundo. Isso é ser medíocre. Isso é estar entre todos. Eu sinto uma forte sensação de enlace, de unidade com as pessoas e o planeta. Eu não quero me sentir especial. É o contrário. Eu quero me sentir parte. É por isso que eu escrevo. Para ser medíocre. "¹










Notas:
- O trechinho (¹) é do texto da Rita Apoema "Meu objetivo na vida é ser medíocre"
http://momentoana.blogspot.com/2006/08/meu-objetivo-na-vida-ser-medocre_14.html . A menina é uma fofa, tem uma sensibilidade incrível, e sabe das coisas. Quero até saber se o livro dela já saiu. No seu blog http://ritaapoena.zip.net , adoro as metáforas, o "Jornal das Pequenas Coisas", e o "Dicionário Educado". Vale a pena ler e se sentir "fofinha" também.

- A Dani indicou um blog muuito engraçado! http://www.jesusmechicoteia.com.br Morro de rir toda vez que entro lá pra ler, seja texto novo ou antigo que eu ainda não tenha lido. "Cabelos de beterraba e o Blogueiro mercenário", "A Boina Voadora", entre outros.. Já virei leitora assídua.

- Realmente, eu queria ser dançarina de cabaret. Enchia a boca pra falar isso, dos 9 aos 12 anos de idade, e não entendia porque nego ficava rindo da minha cara. E, PORRA, demoraram esses anos todos pra me contar que quem dançava em cabaret era... era... (acho que você entendeu). Que amigos lindos eu tenho..

- Não sei se isso tem alguma coisa a ver, mas adoro essas propagandas da última campanha do Itaú Personalité e achei que ela cairia bem aqui.



- Momento Merchan:
Brigadeiros, Biscoitinhos caseiros, Palha Italiana: $1, e os Bombonzinhos saem só a $0,50. ;)))



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